Não, não posso.

É visível a diferença em mim. Tornei-me tão... cuidadoso.
O medo me invade, imensuravelmente forte e sagaz, me impedindo de falar tudo que sinto, de ser tudo que quero ser, de viver do jeito que quero viver.
Não é tão ruim, é como um seguro de vida.
Mas, sendo sincero, seria tão bom poder ter certeza! Poder realmente acreditar e se entregar sem temer o que está por vir! Poder falar o que quiser sabendo que aquelas palavras valeriam pelo resto da sua vida! Poder sentir aromas que você sabia que só você iria sentir, apenas com aquela pessoa. Ouvir ao bater do coração que só se acelera por você e para o ouvir, bastaria estender a mão e aproximar-se dessa pessoa, sempre que quisesse.
Mas eu não posso! Não, não posso.