sábado, 13 de novembro de 2010

Falhos olhos

'Não suportarei. '
Decreta aquele que nunca tinha sentido tanto pavor, mesmo depois de tudo que já tivera passado.
“Não há necessidade. Tudo dará certo, amor.”
Aquela voz o balançava. Encantava-o da primeira sílaba até o ultimo e suave som que emitia. Era a calma que durava todo o tempo que ele captava aquela voz. Entretanto, aos poucos apenas o pessimismo ainda mantinha algum poder sobre sua mente.
'Tem que dar, tem que dar. '
Incrédulo, mas certo de que precisava disso. Não via como prosseguir sem a sua presença.
“Acalme-se. Assim você vai ficar doente."
Em seguida, o abraçou. Seu pescoço acomodou perfeitamente a cabeça dele.
Nisso, tudo que ele sentia era aquele cheiro doce e apaziguador que ela emanava e impregnava em suas roupas.
É curioso, pois ele tentara, de várias maneiras, armazenar aquele cheiro para poder senti-lo sempre que fosse necessário, sempre que precisasse de paz e o único lugar que havia algum sucesso, era a sua blusa.
Alguns segundos se passaram e o efeito ia aumentando. Sentia as delicadas unhas que ele tanto estimava tocar seu pescoço, gerando arrepios múltiplos. Eram tantos que ele perdia a noção do tempo, do espaço!
Não precisava de mais nada naquela hora, tinha tudo que queria.
Mesmo assim, ela tinha que se despedir. O dia havia acabado. Pelo menos, a melhor parte dele.
Sentia a melancolia se anexar ao seu estado de espirito. A tarde se mostrava deprimente, cheia de baixos e baixos.
Essa tarde cheia de vazios proporcionou-lhe mais duas sensações: a saudade e a insegurança.
Ele não aguentava ver que sentia saudade de poder apenas olhar o calendário, sem se deprimir.
Já faziam meses que ele não colocava data em seus relatórios, fugindo do das constatações que o tempo estava passando.
Mas a insegurança era algo mais preocupante afinal o tempo passa, sempre.
"Não importa como, vamos ficar juntos."
O positivismo dela o enchia de coragem para enfrentar tudo e todos. Ele enfrentaria tudo! Mas era só ela aparentar não estar complemente feliz que a insegurança o dominava.
Ele sabia que não seria fácil. Não sabia onde iria morar e muito menos trabalhar. Tudo estava indefinido. Isso o infernizava!
Seus amigos diziam que era comum estar conversando com ele e, instantaneamente, vê-lo distante com um olhar triste e singelo. Por outro lado, havia uma definição que parecia de fato concreta para ele: nada faria sentido, se não tivesse seu ponto de paz, para as horas do aperto e da felicidade.
“Eu te amo"
Tentava, com grande inabilidade, demonstrar tudo que sentia por aquela que o mudara. Ensinou-o a pensar sempre em par, em conjunto.
Aquele que, aos seus falhos olhos, estava a um passo de cair.

domingo, 29 de agosto de 2010

Intensidade

Interessante como tudo acontece
Direto, indireto, simples, complexo
E nem sempre tem algum nexo
A ordem que tudo obedece

Aquele só e frio dia inicial
Como também a noite quente
Linda, única e muito atraente
Para muitos é, de fato, essencial

Lutar pelo calor
Não é a solução
Mas de certo o amor

O frio distante ficará
Apenas na recordação
A rainha paz reinará

Não sei porque eu quis escrever um soneto, mas saiu. Tá feio, mas mesmo assim, gostei.

sábado, 15 de maio de 2010

Aguardando o incompleto.

Momento aguardado, afinal, faríamos coisas diferentes, em lugares diferentes, com pessoas diferentes.
Tudo levava a crer que seria 'Um dia que iria acabar perfeito'.
Mas, pra variar, conseguiram interferir - de novo - em tudo. Conseguiram acabar com o clima que era cheio de tensão mas voltava ao comum, o clima calmo e feliz. Infelizmente, 'acabou péssimo.'
Não vai ser o primeiro e, pelo jeito, nem o último. Apenas 'Mais um pra conta.'
O que eu posso fazer? Posso chorar como chorei? Posso. Vai adiantar algo? Não, não vai. O que me resta, 'Agora,' é esquecer isso e tentar ver outras maneiras de fazer isso funcionar, porque não consigo sustentar esse paradigma que só se mostra cada vez mais forte e comandante, logo, 'só me resta fazer desse um dia bom.' Só me resta manter a cabeça no lugar. Focar as prioridades, focar o futuro. Mesmo que ele se mostre assim, como ele mesmo me alertou, incompleto.

domingo, 25 de abril de 2010

Rodoanel na minha vida.

Tornar-se inesquecível.
Afinal, isso depende do quê? Alguém tem uma receita?
Parece tão 'novela', mas creio que todo mundo gosta de se sentir importante para alguma pessoa, nem que seja momentaneamente. Imagina então, tornar-se tão importante ao ponto de, não importe quantos dias passem, quantas estações se deixem levar, quantos amigos se tornem conhecidos, quantos abraços sejam privados, quantos beijos distintos sejam dados, enfim, pode tudo mudar e você, mesmo assim, ser lembrado com o mesmo carinho, com a mesma saudade, com a mesma força, deve ser fantástico e muito dificil.
Por outro lado, soa meio egoísta querer que alguém tenha você, nem que seja lá no fundo, no coração, com a mesma intensidade que já teve antes.
E agora? Ser normal ou ignorar tudo e priorizar o que eu quero, independente se isso seja o melhor para os outros?
Não tem um terceiro caminho? O caminho que não precisa passar por essas vias tão cheias de idas e vindas, tão tortuosas e nem sempre viáveis?
Algum tucano pode construir um rodoanel na minha vida? Não quero enfrentar tanto trânsito ao ponto de me perder no caminho. Eu quero um caminho, nem que seja de paralelepidos e cheio de lombadas, que me leve ao objetivo inicial. Pode demorar, que eu passe dias na estrada, mas que eu tenha uma garantia, que no final dessa longa viagem, estará lá o que eu quero.

segunda-feira, 1 de março de 2010

'O que será que ele ia sentir?'

A morte.
Pode ser dolosa ou culposa, dolorida ou satisfatória. Mas, realmente, não é algo que acontece todos os dias. Pelo menos, não a morte das pessoas que você convive diariamente.
Mesmo assim, algumas pessoas nos fazem questionar se isso afetaria sua vida caso elas viessem a morrer.
Eu não esperava levar aquelas palavras e aquele olhar de 'O que será que ele ia sentir?' tão a sério a ponto de mexer o dia todo comigo. Assim sendo, deparei-me pensando em como eu lidaria com a sua morte.
Depois de algum tempo nesse estado brisante e muito, mais muito, pessoal, tirei algumas conclusões:
Primeiro, eu tenho plena noção que eu ficaria bastante aflito e impossibilitado de acreditar no que acabara de acontecer. Afinal, todo o meu plano de vida que eu tenho arquitetado na minha cabeça seria reduzido a mero entulho de construção mal sucedida!
Segunda, sentiria dor. Dor intensa. Como se tirassem de mim um orgão vital sem qualquer tipo de anestesia, como se mutilassem cada dedo do meu corpo com um alicate de jardinagem a 150 graus celsius ou como se fizessem as coisas acima com cada pessoa que eu amo, na minha frente!
Por último, mas não menos importante, eu ficaria sem rumo. Não faria sentido viver sem sentir o seu cheiro, sem o seu toque, sem a sua voz, sem a sua companhia, sem o seu beijo, sem os seus problemas, sem as nossas discussões... Enfim, sem você.
Mas, espero eu, não ter que enfrentar sua morte nem hoje, nem amanhã, nem nunca.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Vai fazer falta.

As aulas voltaram!
Que saudade de vocês. Voltar a ter uma rotina controlada, uma vida ocupada e toda essa coisa que eu preciso ao meu redor, por mãos divinas colocada.
É muito bom ser obrigado a sair desse mundo obsoleto e, por muitas vezes, injusto.
Ir para um lugar mais livre e atual, poder ouvir outras vozes, poder sentir outros cheiros, poder respirar novos ares.
Indo mais além, são as vozes que eu quero ouvir, são os cheiros que eu realmente quero sentir, são os ares que quero respirar.
Tudo isso, de verdade, vai fazer falta.
Sorte que ainda tenho mais um ano pela frente!

domingo, 31 de janeiro de 2010

Alguém se habilita?

Como eu previ para minha namorada, hoje, via sms, ao ínicio do dia, hoje foi um dia para ser esquecido.
Potencialmente ruim o dia.
Em um dia onde você é acordado ao som de gritos, obrigado a frequentar um local onde faz tempo que você não se encontra e quando você retorna sabe que haverá um almoço em familia, onde a sua familia não se entende e atua como se fosse uma familia feliz só para alegrar duas pessoas de uma forma irrefutavelmente falha, durante esse 'evento' você descobre que ficará sem ver sua namorada por mais alguns dias e que, em seguida, nota que seu time do coração perde para o seu arquirival de forma humilhante e justa!
Esses atos acabam com o meu moral e me deixam descomedidamente com vontade de socar a cara de alguém. Alguém se habilita?